HIDROFOBICIDADE DE RESÍDUOS ORGÂNICOS E SOLOS DO NORTE E NOROESTE FLUMINENSE

Autores

  • GABRIELLA ALMEIDA NOGUEIRA LINHARES
  • LUCIANO PASQUALOTO CANELLAS
  • MARIHUS ALTOÉ BALDOTTO
  • CLÁUDIO ROBERTO MARCIANO

Palavras-chave:

Hidrorepelência, Vermicomposto, Ângulo de contato

Resumo

A repelência à água em solos pode trazer uma série de conseqüências, como redução na capacidade de infiltração de água no solo, o aumento do fluxo superficial, a erosão acelerada e padrões de infiltração não uniformes. O objetivo desse trabalho foi caracterizar o grau de repelência à água de diversos compostos orgânicos e solos do Norte e Noroeste Fluminenses, dando subsídios para posterior identificação da natureza das substâncias orgânicas responsáveis pela eventual ocorrência desse fenômeno.Foram avaliados: vermicompostos de materiais orgânicos (bagaço de cana, torta de girassol, esterco bovino e mistura desses materiais); horizontes A e B de Argissolo Amarelo; horizonte A de Chernossolo Rêndzico; e horizonte superficial de Organossolo Háplico. Foram utilizadas duas metodologias. A primeira conjuga os métodos MED (molaridade das gotas de etanol) e WD(tempo de penetração de gotas de água), enquanto a segunda consiste na determinação da ascensão capilar em pequenas colunas dos materiais estudados, tanto com água e quanto com um líquido apolar com propriedades conhecidas. No presente trabalho utilizou-se como líquido apolar o hexano e também o etanol, menos volátil que o primeiro.Os resultados do método MED + WD(permite qualificar a hidrofobicidade de não significante até muito severa) revelaram que, enquanto os vermicompostos apresentaram grau de repelência variável (baixa para bagaço e para esterco; moderada para mistura de materiais; e muito severa para torta de girassol), todas as amostras de solo tiveram hidrofobicidade não significante. A ascenção capilar utilizando o hexano permitiu estimar ângulo de contato água-material variando de 86,3o, para o Chernossolo, até 91,1º, para horizonte A do Argissolo. Utilizando o etanol como líquido apolar, os resultados variaram de 87,3º, para o horizonte A do Argissolo, até 89,8º, para o bagaço e para a mistura de resíduos.Conclui-se que, enquanto o método MED + WD permite considerável discriminação de hidrofobicidade entre os materiais testados, o método da ascenção capilar foi pouco eficiente para cumprir esse objetivo.

Publicado

02-04-2012