TOLERÂNCIA DE SALVINIA AURICULATA A CÁDMIO

Autores

  • Andresa Lana Thomé Bizzo
  • Bruno S. Esteves
  • Aline C. Intorne
  • Cristina M. M. Souza
  • Marina S. Suzuki

Palavras-chave:

metal, prolina, macrófita aquática

Resumo

O cádmio é raro em ambientes naturais, mas a ação antrópica tem aumentado sua disponibilidade. Isto pode causar estresse sobre plantas, intensificando a produção de moléculas protetoras, sobretudo prolina e carotenóides. O efeito do cádmio foi estudado em Salvinia auriculata Aublet (macrófita aquática flutuante com ampla distribuição), avaliando-se peroxidação lipídica, produção de prolina, alterações na concentração de pigmentos e a taxa de remoção do metal.S. auriculata foram aclimatadas em solução nutritiva e mantidas a 25ºC, 80% de umidade relativa, 16/8 h de fotoperíodo e fluxo de fótons de 400 ?mol m-2s-1. As concentrações de Cd utilizadas foram 0, 1,5 e 3,0 mg L-1 em 3 unidades experimentais (30 L), cada uma com 150g de planta cada. Alíquotas de plantas foram coletadas para determinação de prolina, H2O2, peroxidação lipídica e pigmentos (resultados expressos em peso fresco) após 48 h de exposição. Alíquotas de água foram retiradas em 0, 2, 4, 6, 24, 48, 96 e 144 h para verificar a taxa de remoção de Cd. A determinação de Cd foi realizada em Absorção Atômica de Chama. A variância dos dados foi analisada utilizando teste Tukey (p=0,05).Clorofila a (720±90 ?g g-1) e b (290±40 ?g g-1) não apresentaram variações entre unidades experimentais após em 48 h de exposição (p>0,05), indicando ausência de estresse oxidativo. A peroxidação lipídica (15±3 nmol g-1) e conteúdo de H2O2 (5±1 ?g g-1) também demonstram que não ocorreu dano as membranas biológicas (p>0,05) após 48 h de exposição. Da mesma forma, a produção de moléculas protetoras não apresentou incremento significativo: 0,13±0,04 ?g g-1 para prolina e 80±16 ?g g-1 para carotenóides, corroborando a estabilidade da planta após 48 h de exposição ao Cd. A taxa de remoção do metal foi de quase 90% em ambos os tratamentos (1,5 e 3,0 mg L-1).Os resultados obtidos indicam que para os teores de 1,5 e 3,0 mg L-1 de Cd e 48 horas de exposição, S. auriculata manteve seu sistema metabólico e defensivo inabalado, indicando o potencial de uso desta macrófita na fitorremediação.

Publicado

03-04-2012