O PROBLEMA DA LIBERDADE DA VONTADE E A TERCEIRA ANTINOMIA DA RAZÃO

Autores

  • Raquel Chaffin Cezario
  • Julio César Ramos Esteves

Palavras-chave:

Liberdade, Terceira Antinomia, Kant

Resumo

O problema da liberdade da vontade perpassa toda a vida humana com a pressuposição de que somos livres. Tal tema envolve aqueles que defendem que liberdade e determinismo são compatíveis e aqueles que acreditam na impossibilidade de compatibilizar ambos. A terceira Antinomia da razão diz respeito a essa discussão entre liberdade e determinismo. Kant procura demonstrar que as idéias da razão são categorias do entendimento, buscando obter uma prova indireta para o idealismo transcendental. A metodologia utilizada durante toda a pesquisa foi aquela unicamente adequada a uma reflexão de caráter filosófico, a saber, o trabalho de gabinete: leitura e discussão crítica dos textos relevantes para o desenvolvimento do estudo do problema da liberdade da vontade, resenhas e relatórios, frutos de encontros semanais para o estudo do tema. O principal referencial teórico foi o filósofo Immanuel Kant, cujos textos foram lidos na 2ª etapa da pesquisa, visto que os primeiros meses foram absorvidos pelas leituras de outros filósofos contemporâneos que tratam desse tema, tais como Julio Esteves, Peter Frederick Strawson, Harry Frankfurt, Ernst Tugendhat, Roderick M. Chisholm e Thomas Nagel. Na 1ª etapa da pesquisa, partíamos do pressuposto de que o problema da liberdade da vontade podia ser resumido na frase: “Ele(a) teria podido fazer diferente do que de fato fez”. Essa, porém, é uma frase secundária. De acordo com Kant, a frase primária parte da premissa de que dependeu do agente agir como agiu, pois estava em seu poder agir como agiu. Nós exercitamos o mais alto grau de liberdade em situações morais, pois há situações em que o agente não pode fazer diferente, do ponto de vista moral. Sobre a solução do conflito antinômico, mesmo do ponto de vista do idealismo transcendental, liberdade e determinismo não podem ser compatibilizados. Não é autocontraditório dizer que princípios contraditórios são justificados, pois não passam de pontos de vista que podemos assumir diante das ações. A liberdade interna é ter uma vontade livre, onde punição e elogio não têm lugar se não supusermos que o que fazemos depende só da nossa vontade.

Publicado

08-04-2013