HISTOPATOLOGIA DA PRÉ-INFECÇÃO DE ASPERISPORIUM CARICAE EM FOLHAS DE CARICAE PAPAYA: DIAFANIZAÇÃO VERSUS REMOÇÃO CUTICULAR.

Autores

  • Beatriz Murizini Carvalho
  • Marcelo Vivas
  • Pedro Henrique Dias dos Santos
  • Janieli Maganha Silva Vivas
  • Silvaldo Felipe da Silveira

Palavras-chave:

Pinta-preta, mamoeiro, patogênese

Resumo

A pinta-preta [Asperisporium caricae (Speg.) Maubl.] tem assumido importância crescente na cultura do mamoeiro (Carica papaya L.), vez que torna a mesma dependente da pulverização com fungicidas para viabilizar produção econômica. Estudos básicos visando orientar a seleção de genótipos resistentes são escassos e necessários. Este trabalho objetivou testar técnicas de contrastação por microscopia ótica, visando sua aplicação no estudo histopatológico da interação entre A. caricae e C. papaya. Foram comparadas duas técnicas: remoção cuticular e diafanização. Para tanto, inoculou-se em folhas novas destacadas suspensão de 105 esporos/mL de água. A diafanização consistiu em imergir os fragmentos das folhas em solução de cloral hidratado (50 g/20 ml de água). Após 48h e remoção do excesso desta solução com papel de filtro, os fragmentos foram imersos em lactofenol com azul de algodão, por 1 min. Após nova remoção do excesso, adicionou-se lactofenol sem corante, para montagem das lâminas. A remoção cuticular foi testada aplicando-se esmalte incolor sobre a face abaxial das folhas, seguindo-se de secagem, fixação com fita adesiva transparente, e montagem de lâminas em lactofenol. Ambas as técnicas foram eficientes na visualização da superfície foliar e dos esporos, sendo que a técnica de diafanização possibilitou a visualização em detalhes dos componentes celulares da superfície e do interior do limbo foliar do mamoeiro. Todavia, quanto aos esporos, mesmo após 48 e 72 h da inoculação, não se observou germinação nas folhas. Visualizou-se camada de células subepidérmicas com grande quantidade de drusas (cristais de oxalato de cálcio) próximas a epiderme abaxial, as quais são associados à defesa inata das plantas. O ensaio será repetido para constatar se folhas jovens de mamoeiro podem conter substâncias inibidoras da germinação dos conídios. Ambas as técnicas de contrastação e visualização de esporos in vivo foram eficazes nos estudos histopatológicos de pré-penetração de Asperisporium caricae em folhas de mamoeiro.

Publicado

15-04-2013