CONCENTRAÇÃO DE NUTRIENTES NO SOLO EM PLANTIOS DE EUCALIPTO NA RESERVA BIOLÓGICA UNIÃO, RJ: EFEITO DA SERAPILHEIRA

Resumo

A serapilheira é um importante compartimento para o funcionamento de florestas e sua remoção altera a entrada de nutrientes para os solos. O eucalipto apresenta uma serapilheira de baixa qualidade nutricional. O objetivo deste estudo foi avaliar o impacto da remoção da camada de serapilheira sobre o C e N no solo em plantios de Corymbia citriodora (eucalipto) abandonados, onde há regeneração natural de espécies da Mata Atlântica na REBIO União, RJ, em diferentes estágios de regeneração. Dois plantios foram estudados: Plantio maduro (PM= 42 anos) e plantio jovem (PJ= 19 anos). Cinco parcelas onde a serapilheira é removida desde 2004 e outras cinco parcelas controle foram alocadas em cada plantio. Nas estações seca e chuvosa de 2008 foi coletada uma amostra composta de solo (prof. 0-5 cm e 5-10 cm) em cada uma das parcelas. Na estação seca de 2009 e chuvosa de 2010, foi coletada nas mesmas parcelas, uma amostra composta, agora em três profundidades (prof. 0-2 cm; 2-5 cm e 5-10 cm). Foram determinados o C e N totais nos solos e a razão C/N. A remoção da serapilheira reduziu as concentrações de C(2,59%) e N(0,33%) encontradas no controle, para C(1,93%),N(0,26%) na remoção, para o PJ na estação seca de 2008. Na estação chuvosa de 2008, este efeito foi confirmado no PM, com o controle apresentando C(3,39%),N(0,23%) e a remoção C(2,16%),N(0,09%), e em PJ, só C apresentou diferença C(2,62%) no controle e C(1,98%) na remoção. Nas demais estações, o mesmo padrão foi apresentado. Em PM, foram encontradas maiores concentrações de C e N e menor razão C/N que o PJ demonstrando melhor qualidade da matéria orgânica em PM. O N total foi maior na estação seca do que na chuvosa, bem como a menor razão C/N. A remoção da serapilheira diminuiu as concentrações de C e N nos solos dos plantios de eucalipto na REBIO União. Isto indica que, em longo prazo, a remoção da serapilheira pode causar um déficit nutricional nos solos, o que poderá dificultar a regeneração de espécies nativas de Mata Atlântica.