ISOLAMENTO DE BACTÉRIAS DEGRADADORAS DE PETRÓLEO EM SEDIMENTO DO MANGUEZAL DA VILA DE GARGAÚ

Autores

  • Aline Márcia Ferreira Dias da Silva
  • Rita Maria Costa Wetler
  • Carlos Eduardo Rezende

Palavras-chave:

bactéria, biossurfactante, mangue

Resumo

Os manguezais encontram-se entre os ecossistemas mais produtivos do mundo e têm sofrido freqüentes distúrbios antropogênicos com o aumento da população humana em zonas costeiras, entre esses os derramamentos de petróleo. Métodos de redução deste impacto são de importância estratégica. Diante disso, objetivos do presente estudo concentram-se no isolamento de bactérias capazes de utilizar petróleo como única fonte de carbono e avaliação de sua potencialidade para produção de biossurfactantes. Amostras compostas de sedimentos do manguezal da vila de Gargaú, São Francisco-RJ foram coletadas manualmente (0 a 2cm). O sedimento úmido foi pesado e incubado com tampão fosfato na proporção de 1:9. A diluição foi seriada até 108 e foi feito um plaqueamento em meio mineral com petróleo para contagem dos microrganismos degradadores de petróleo e em meio para contagem de heterotróficos totais (VA- vila antes da incubação). Após a incubação desse sedimento com 2% de petróleo (VDvila depois da incubação) a temperatura ambiente em agitação constante, repitiu-se o plaqueamento e contagem. Amostras, em triplicata, foram pesadas e secas em estufa a 40oC, identificando pesos seco e úmido destas. A contagem efetuada nas placas de heterotróficos totais antes da incubação com petróleo (VA), apresentou entre 109 e 1011 UFC.g-1 de sedimento. Após a incubação (VD), a contagem variou entre 108 e 1010 UFC.g-1, mostrando diminuição na contagem de heterotróficos totais expostos ao poluente, porém não significativo estatisticamente. Nas amostras plaqueadas em meio seletivo para degradadores de petróleo, obteve-se uma contagem de 106 a 109 UFC.g-1 para VA, e 107 a 1010 UFC.g-1 para VD (t=0,015), revelando alteração na comunidade microbiana durante a incubação. Os isolados obtidos a partir das placas contendo petróleo que possuírem a capacidade de produzir biossurfactante serão seqüenciados. Resultados obtidos neste trabalho revelam que microrganismos indígenas do sedimento do manguezal estudado, possuem capacidade para utilizar compostos do petróleo como fonte de carbono, indicando alternativa promissora em processos de bioremediação de poluição por hidrocarbonetos em ambientes costeiros.

Biografia do Autor

  • Aline Márcia Ferreira Dias da Silva