VARIAÇÃO TEMPORAL DOS DINOFLAGELADOS EPI-BENTÔNICOS DA PRAIA DA TARTARUGA, BÚZIOS, RJ

Autores

  • Alice Guiotti de Alencar
  • Silvia Mattos Nascimento

Palavras-chave:

Dinoflagelados Epi-bentônicos, Florações, Ostreopsis ovata

Resumo

Florações de Ostreopsis ovata foram associadas à morte de ouriços marinhos por contaminação com palytoxina em 1998 e 2002 em Arraial do Cabo. Floração dessa espécie foi reportada na Praia da Tartaruga em Búzios em junho de 2006. O objetivo do trabalho é estudar a comunidade de dinoflagelados epi-bentônicos na praia da Tartaruga entre março e novembro de 2007; relacionando mudanças na densidade das espécies com fatores ambientais como temperatura e salinidade da água e dados meteorológicos. Amostras da macroalga Sargassum vulgare do local de estudo foram coletadas em sacos plásticos e foram agitadas manualmente com água do mar filtrada a fim de separar as microalgas epífitas. As amostras da suspensão de organismos epífitos foram fixadas com lugol neutro a 1% e os dinoflagelados epi-bentônicos foram identificados e quantificados em microscópio ótico invertido utilizando câmara de sedimentação. Os organismos foram quantificados por peso úmido (PU) de diferentes espécies de macroalga. Nas amostras de S. vulgare, O. ovata foi à espécie que prevaleceu estando presente em 100% das amostras com densidade variada ao longo dos meses. Emsetembro houve uma floração de O. ovata (3 x 104 células g PU S. vulgare -1, n=4). Observou-se a menor densidade dessa espécie em maio (11 células g PU S. vulgare, n=3) quando foi registrada a maior densidade de Gambierdiscus sp. (37 células g-1 PU S. vulgare -1 , n=3). Outras espécies como Prorocentrum lima, P. emarginatum, P. rhatymum, Amphidinium sp. e Coolia sp. foram encontradas em densidades relativamente menores. A floração de O. ovata ocorreu quando a temperatura média do ar nos cinco dias antes da coleta foi relativamente baixa (21,4º C). Estudos pretéritos na área associaram florações dessa espécie a períodos de temperatura superiores a 23o C.São necessários mais estudos para entendimento desses eventos visto que as espécies reportadas são tóxicas e já causaram impactos ecológicos e de saúde pública em outras regiões do mundo.