DESENVOLVIMENTO DE FORMULAÇÃO DE MASSA PARA REVESTIMENTO GRESIFICADO COM ARGILA CAULINÍTICA, NEFELINA SIENITO E TALCO

Resumo

Em Campos dos Goytacazes, no norte do estado do Rio de Janeiro, foram utilizado argilas regionais com predominância caulinítica, estas argilas não apresentam características satisfatórias para serem utilizadas como único componente de massa para revestimento cerâmico, por isso foram adicionados nefelina sienito que é uma rocha ígnea alcalina, sendo um fundente de grande potencial e o talco considerado um material modificador de fundencia, pois reage com os feldspatos formando eutéticos.As formulações com incorporação de nefelina sienito na argila foram 0, 30 e 50% em peso de nefelina sienito e 43,1% de nefelina sienito com uma adição de 6,9% de talco.Corpos-de-prova retangulares (11,43 x 2,54 x 0,8 cm) foram elaborados por prensagem uniaxial a 30 MPa com 8% de umidade, depois secos em estufa a 110oC por 24 horas. A queima foi realizada no forno do laboratório nas temperaturas de 1150 e 1200oC. A taxa de aquecimento empregada foi de 10oC/min, com 6 min na temperatura de patamar. Estes quatros corpos-de-prova de cada formulação foram submetidos aos seguintes ensaios: densidade aparente a seco, retração linear, absorção de água e tensão de ruptura por flexão em 3 pontos.Com utilização de nefelina sienito em mistura com o talco possibilitou uma melhora significativa na densificação da argila, devido a granulometria mais grosseira destes materiais, melhorando o empacotamento das partículas na conformação. Na absorção de água indicando uma significativa fundência proporcionada pela utilização de talco com a nefelina sienito.Na tensão de ruptura à flexão, nota-se um aumento ainda mais significativo, devido ao aumento da porcentagem de fase líquida que contribuiu para o preenchimento dos poros. E na queima ocorre um incremento da retração linear para todas as composições, exceto para composição com talco que é atribuído à formação de fase líquida pronunciada.A incorporação de nefelina sienito possibilitou uma melhora significativa nas propriedades de queima da argila caulinítica em todas as temperaturas investigadas. Já utilização de talco melhorou ainda mais possibilitando a obtenção de revestimento cerâmico do tipo porcelanato já em 1150oC.