INFLUÊNCIA DO TAMANHO DE RECIFES ARTIFICIAIS SOBRE A ICTIOFAUNA NA COSTA NORTE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Autores

  • Pedro Vianna Gatts
  • Diogo Fonseca da Rocha
  • Marcos Alberto Lima Franco
  • Roberto Musso de Alcântara
  • Ilana Rosental Zalmon

Palavras-chave:

Recifes artificiais, Tamanho, Ictiofauna

Resumo

Recifes artificiais (RA) são importantes ferramentas para o incremento e manejo de comunidades de peixes marinhos. No presente estudo avaliou-se a ictiofauna local associada a diferentes tamanhos de módulos de RAs. A hipótese deste trabalho é que o tamanho do recife influencia a diversidade da ictiocenose, de modo que estruturas maiores poderiam comportar uma maior riqueza e abundância de peixes quando comparadas a estruturas de porte mais reduzido. A coleta foi feita em junho e outubro de 2010, a cerca de três milhas náuticas da praia de Guaxindiba, de São Francisco do Itabapoana, RJ. As coletas foram realizadas nos módulos recifais de concreto do complexo recifal. Foram utilizados três tratamentos: um módulo (único), dois módulos (duplo) e três módulos (triplo), três réplicas cada, e os últimos separados entre si por 0,5 m. Foram usadas redes de emalhar de 30 mm, de 25 m de comprimento e três de altura (75 m²). Esforço amostral de uma rede/24 horas de submersão para cada tratamento. Após a captura, os espécimes foram congelados e levados para o laboratório de triagem. Foi obtida a biomassa e realizada a identificação dos espécimes. Foram capturados 65 indivíduos distribuídos em 20 espécies (15 no único, 11 no duplo e 7 no triplo). No único 6 espécies foram exclusivas, no duplo 3 espécies foram exclusivas e no triplo nenhuma. No único as espécies Macrodon ancylodon e Bagre bagre foram dominantes, enquanto que nos outros tratamentos não houve dominância. Dos 65 indivíduos, 52% foram capturados no único, 29% no duplo e 19% no triplo. A biomassa total foi de 11638,42 g (59% único, 30% duplo e 11% triplo). A CPUE relativa ao número de indivíduos foi 0,0032 n/m²/h no único, 0,0018 n/m²/h no duplo e 0,0011 n/m²/h no triplo. A CPUE relativa à biomassa foi 0,64 g/m²/h no único, 0,32 g/m²/h no duplo e 0,12 g/m²/h no triplo. Ao contrário do esperado, o tratamento único apresentou os maiores valores de riqueza e abundância em relação aos demais, mostrando-se mais atraente a ictiofauna no período estudado. A CPUE acompanhou esses valores. Ressalta-se que o experimento vai ser repetido em outros períodos.

Publicado

19-04-2013