EFEITO DO TRATAMENTO COM CÉLULAS MONONUCLEARES DE MEDULA ÓSSEA NA EXPRESSÃO DO RECEPTOR DE MANOSE EM MODELO DE ISQUEMIA CEREBRAL FOCAL.

Autores

  • Bárbara de Paula Coelho
  • Hugo Macedo Ramos
  • Helder Teixeira de Freitas
  • Wagner Baetas da Cruz
  • Arthur Giraldi Guimarães

Palavras-chave:

Astrócito, Microglia, Células-tronco

Resumo

O receptor de manose (RM) é uma glicoproteína de membrana que se liga a resíduos manosilados presentes na superfície de agentes patogênicos, mediando sua endocitose. No sistema nervoso ele é expresso em astrócitos e microglia, indicando que no tecido nervoso este receptor possa ter um papel de limpeza tecidual em condições de injúria. O objetivo desse estudo foi verificar o efeito do tratamento com células mononucleares de medula óssea na expressão do RM em modelo de isquemia cerebral focal. Ratos machos Wistar albinos (2-4 meses) foram submetidos ao modelo de isquemia cortical focal unilateral pela termocoagulação da vascularização superficial do córtex cerebral. A isquemia foi feita no hemisfério esquerdo. Células mononucleares de medula óssea (MNMOs) foram obtidas de ratos doadores saudáveis e injetadas pela veia jugular 24h após a isquemia (3 x 107 células em 500 µL de salina). No grupo controle, animais isquêmicos foram injetados com 500 µL de salina. Após 7 dias de sobrevida foi realizada a perfusão intracardíaca com paraformaldeído 4%. Os cérebros foram cortados no cristato. Os cortes foram submetidos à imunohistoquímica para marcação de astrócitos, microglia e do RM. Células RM-positivas apresentaram sempre morfologia arredondada, e foram observadas no interior e na borda da lesão isquêmica. Foram observadas também na região subdural, em ambos os hemisférios corticais. Elas não foram observadas no parênquima não-afetado pela isquemia, mesmo no hemisfério ipsilateral à lesão. As duplas marcações revelaram expressão do RM em astrócitos e microglias/macrófagos ativados na borda da lesão. Os resultados indicam que a expressão do RM é forte em astrócitos e microglias/macrófagos na região da lesão, de acordo com o possível papel de limpeza tecidual exercido pelo RM. O próximo passo é quantificar o nível de expressão do RM, para verificar se existe efeito do tratamento com as MNMOs.

Publicado

03-05-2013