GUILDAS DE ABELHAS E VESPAS NIDIFICANDO EM NINHOSARMADILHA NA RESERVA BIOLÓGICA UNIÃO (RJ)

Autores

  • Mariana Scaramussa De Prá
  • Giselle Braga Menezes
  • Maria Cristina Gaglianone

Palavras-chave:

Abelhas e vespas solitárias, Ninhos-armadilha, Comunidades de Hymenoptera

Resumo

As abelhas e vespas são essenciais na manutenção da biodiversidade em ecossistemas terrestres, atuando em diversas interações ecológicas, como polinização e predação. Assim, é de extrema importância o conhecimento da estrutura das comunidades desses insetos. Este estudo propõe a descrição da guilda de abelhas e vespas que nidificam em cavidades pré-existentes na Reserva Biologia União a fim  de contribuir para o conhecimento da fauna desses insetos. O clima da região é tropical úmido e a vegetação classificada como Floresta Ombrófila Densa de Baixada e Submontana. Os dados foram coletados através da técnica de ninhos-armadilha (NA), em tubos de cartolina e gomos de bambu, dispostos em 12 pontos na mata e em plantios de eucalipto abandonados adjacentes. Os NA foram inspecionados mensalmente entre abril/2008 e março/2009 e aqueles concluídos foram levados ao laboratório e mantidos em temperatura ambiente até a emergência para identificação taxonômica. Foram fundados 912 ninhos, sendo 29,2% de vespas, 11,1% de abelhas e 59,7% ainda não identificados. Dentre as vespas, 75,9% dos ninhos foram do gênero Trypoxylon (Crabronidae), que também apresentou maior número de emergentes, 51% do total, com ocorrência ao longo de todo ano. Vespas do gênero Auplopus (Pompilidae) e da subfamília Eumeninae (Vespidae) nidificaram na área. Eumeninae restringiu suas atividades ao período chuvoso. Em relação às abelhas, Tetrapedia (Apidae) foi o gênero com maior número de ninhos concluídos (45,5%) e 12,3% do total de emergentes, com atividades exclusivamente na estação chuvosa. Os gêneros Megachile (Megachilidae), Centris e Euglossa (Apidae) também foram amostrados. Resultados mostram padrão de ocorrência esperado, com a presença de grupos já documentados em áreas de mata atlântica. Pretende-se ainda, comparar os dados obtidos nas áreas de mata com os plantios de eucalipto, para testar se características de habitat podem influenciar na composição desta guilda.