Transição morfogênica em Candida albicans e Yarrowia lipolytica

Autores

  • Larinne Paiva Viégas
  • Flávia de Azevedo Lobão
  • Anna L. Okorokova Façanha

Palavras-chave:

Levedura, Dimorfismo, Auxina, Alumínio

Resumo

Fortes evidências indicam que a transição morfológica levedura-hifa é essencial para a virulência de vários fungos patogênicos. Uma investigação mais detalhada da regulação da transição dimórfica (TD) precisa ser desenvolvida para a identificação dos elementos e descrição das vias que atuam neste processo, fornecendo subsídios para novas estratégias de controle da patogenicidade. Neste projeto trabalhamos a hipótese da existência de uma via de controle da TD baseada numa modulação do sistema de transporte iônico transmembrana. Especificamente, pretendemos elucidar se agentes ambientais (alumínio e auxina) que interferem com TD e bombeamento de H+ em levedura não-patogênica Yarrowia lipolytica, exercem efeito na TD em levedura patogênica Candida albicans, e relacionar tal fenômeno com possíveis mudanças na atividade e/ou padrão de expressão de H+-ATPase e de fatores responsáveis pela repressão transcricional e remodelamento de cromatina. As células de Y. lipolytica são inoculadas no meio rico YED (1% de extrato de levedura, 0,5% glicose) em pH 4,5 a 30°C sob agitação 250 rpm. As células de C. albicans são crescidas em meio contendo 0.3% de extrato de levedura, 0,3% de extrato de malte, 0,5% de peptona e 1% de glicose a uma temperatura de 25ºC sob agitação 250 rpm. Foi feito umacurva de crescimento contendo quatro condições: uma em pH 6,0 (meio sem ajuste de pH), uma em pH 4,5 (meio ajustado com HCl), uma contendo 0,5 mM Al(SO4)2 e outra com 1 mM AIA. A absorbância das alíquotas de cultura de células foi determinada a cada 2 hr em espectrofotômetro em 595 nm até atingir a fase estacionária da cultura. Inicialmente, as células de Candida albicans foram cultivadas em diferentes meios na presença ou ausência de 0,5 mM Al(SO4)2 e 1 mM AIA em diferentes pHs. Observouse um maior crescimento da cultura controle em pH 4,5 em relação ao de pH 6,0. Não houve diferença significativa na densidade das culturas contendo Al(SO4)2 e AIA em relação ao controle (pH 4,5) após 24h, nem na morfologia celular. Entretanto nenhuma das culturas (pH 4,5 e 6,0) apresentou a maioria dassuas células em forma de hifa ao final do cultivo. As mesmas concentrações de Al(SO4)2 e AIA foramcapaz de inibir e estimular, respectivamente, a transição dimórfica levedura-hifa em cultura de Yarrowialipolytica. Nas concentrações analisadas não houve interferência na transição morfogênica da Candidaalbicans, contrariamente a Yarrowia lipolytica. Será necessário realizar uma varredura das concentraçõestanto de Al(SO4)2 como AIA a fim de identificar aquelas que induzem mudanças morfológicas em C.albicans. Também será necessário incluir na análise de TD o soro albumina bovina (BSA), um potenteindutor de hifação.

Biografia do Autor

  • Flávia de Azevedo Lobão
    Laboratório de Fisiologia e Bioquímica de Microorganismos (LFMB)