VARIAÇÃO TEMPORAL DA COMUNIDADE MACROBENTÔNICA ASSOCIADA AOS RECIFES ARTIFICIAIS NA COSTA NORTE DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO

Autores

  • Victor Hugo Carvalho Monteiro da Silva
  • Phillipe Mota Machado
  • Fabrício Saleme de Sá
  • Eurico José Dornellas Neto
  • Ilana Rosental Zalmon

Palavras-chave:

Recife artificial, Variação temporal, Comunidade macrobentônica

Resumo

Os recifes artificiais são estruturas introduzidas no ambiente marinho como uma ferramenta favorável ao desenvolvimento de comunidades bentônicas e nectônicas. Essas estruturas podem interferir na comunidade macrobentônica que se desenvolve no sedimento adjacente. Com base nisso, objetiva-se avaliar a variação temporal dessa comunidade macrobentônica, gerando informações que podem contribuir com atividades de manejo e conservação dos recursos marinhos na costa Norte do Estado do Rio Janeiro. O complexo recifal, composto por 36 reefballs (dimensões), situa-se a cerca de três milhas náuticas da praia de Manguinhos, em São Francisco de Itabapoana. Duas campanhas de coleta em cada período (seco e chuvoso) foram realizadas. As amostras foram coletadas através de um corer com 15 cm de diâmetro interno e no laboratório foram lavadas e peneiradas com malha de 500 µm para separação da macrofauna e fixada em álcool 70%. Posteriormente, serão triadas com o uso de microscópio estereoscópico e a macrofauna identificada com chaves específicas. O tratamento estatístico incluirá riqueza, abundância, diversidade e dominância de espécies, análises multivariadas e análise de variância. Os organismos estão em fase de identificação taxonômica, contudo, os resultados preliminares de duas campanhas de coleta (abril e outubro de 2010) demonstram que no período chuvoso (n médio = 13) o número médio de táxons encontrados foi maior que o seco (n médio = 9). O mesmo padrão pôde ser observado para número de indivíduos (chuvoso n médio = 20 e seco n médio = 16) e diversidade (chuvoso H’ média = 2,27 e seco H’ média = 1,88). Os valores médios de dominância apresentaram um padrão inverso à diversidade, com valores menores na estação chuvosa (D médio = 0,13) comparado ao período seco (D médio = 0,84). Os resultados preliminares obtidos neste estudo demonstram que a comunidade macrobentônica sofre variações temporais e que na estação chuvosa, o seu desenvolvimento é otimizado. Futuramente, dados de granulometria e matéria orgânica serão incluídos para se compreender melhor essas alterações.

Publicado

22-04-2013