ESTUDO DOS EFEITOS CORROSIVOS DA CINZA DE COMBUSTÃO DA CELULIGNINA DO LIXO ORGÂNICO URBANO EM ALTAS TEMPERATURAS NA SUPERLIGA DE NÍQUEL IN792-5A

Autores

  • Diego Ferreira de Mendonça
  • Rubem Rosenthal

Palavras-chave:

celulignina, corrosão a quente, superliga de níquel IN792-5A

Resumo

A biomassa é uma fonte de energia limpa e renovável que já é utilizada como combustível de caldeiras a vapor, mas que tem seu uso vedado nas turbinas a gás.A pré-hidrólise ácida feita na biomassa do lixo orgânico urbano, remove parte considerável do potássio o qual é um dos principais responsáveis pela ocorrência de corrosão a quente. E assim, abre-se perspectiva de utilizar a celulignina (sub-produto da pré-hidrólise) como combustível em turbinas a gás. O ensaio estático de corrosão a quente consiste em cobrir os corpos de prova da superliga de níquel IN792-5A com uma camada de produtos da combustão da celulignina (cinzas), oriunda do lixo orgânico urbano e submetê-los a uma temperatura de 900°C por vários períodos de tempo (de até 1000 horas), tendo como atmosfera de trabalho o ar estático no forno elétrico tubular. Após os ensaios de corrosão,os corpos de prova passaram por processos de limpeza e foram avaliados para se conhecer os processos corrosivos envolvidos e sua extensão: 1)A variação de massa dos corpos de prova; 2)Análise por Microscopia eletrônica de varredura e por Difração de raios-X dos produtos de corrosão e/ou oxidação. Em caso de ocorrência de corrosão, além da camada de óxido superficial, poderá se verificar a presença interna de partículas de óxidos, sulfetos. A morfologia dos produtos externos se caracteriza pela presença de um óxido não protetor precipitado e disperso pelo filme de sal, características típicas da corrosão a quente do tipo I (verificadas entre temperaturas de 825 a 950°C). Em caso de ocorrência insignificante dos produtos de corrosão em ensaios de até 1000 horas, abre-se perspectiva de se utilizar tanto a superliga de níquel IN792-5A na fabricação dos componentes críticos da turbina a gás quanto o uso da celulignina oriunda do lixo orgânico urbano como combustível para turbinas a gás. O atual trabalho investigará se a superliga de níquel IN792-5A irá atender aos ensaios de corrosão a quente, e se a celulignina produzida a partir do lixo orgânico urbano nos dará margem para validar seu uso como combustível orgânico capaz de ocupar destaque na matriz energética nacional.

Publicado

25-04-2013