OBTENÇÃO DE BIODIESEL: ESTADO DA ARTE E MATÉRIAS PRIMAS NÃO CONCORRENTES COM A CADEIA ALIMENTAR

Resumo

Atualmente existe uma diversidade de processos para a produção de biodiesel, os quais incluem rotas metílicas e etílicas, processos contínuos e em batelada, processos que seguem rotas de esterificação e/ou transesterificação, processos que utilizam sedimentação ou centrifugação para separar os produtos finais e aqueles que apenas consideram transformações físicas nos óleos para reduzir sua viscosidade. Por outro lado, no Brasil aproximadamente 90% da produção de biodiesel é levada a cabo usando óleo de soja e sebo bovino. Contudo, há uma grande variedade de matérias primas de origem vegetal e não vegetal, que apresentam grande potencial como matérias primas alternativas de aquelas usadas em processos convencionais, entre as quais podem citarse, óleos de palma, babaçu, pinhão manso, girassol,  amendoim cavalo, crambre, algas e de microorganismos oleaginosos (Single Cell Oils). Algumas destes óleos ainda não tem sido exploradas industrialmente e na pratica são pouco conhecidas. Ao mesmo tempo, muito se tem debatido sobre a necessidade de desenvolver processos que utilizem fontes de oleaginosas não concorrentes com a cadeia alimentar. Neste contexto, dada a diversidade de processos implementados atualmente e sendo o conhecimento da matéria prima de qualquer processo industrial um elemento essencial para definir rotas e alternativas tecnológicas eficientes, o presente trabalho apresenta uma revisão bibliográfica do estado da arte e das tendências atuais de produção de biodiesel, assim como das diferentes matérias primas oleaginosas que se consideram promissoras. Apresentam-se os fluxogramas dos processos e se discutem as particularidades de cada uma das matérias primas consideradas.