ESTUDO DE COMUNICAÇÃO CRUZADA ENTRE ROTAS BIOQUÍMICAS RELACIONADAS À SENESCÊNCIA FOLIAR E DE RESPOSTA À LESÃO MECÂNICA EM FEIJÃO-DE-CORDA

Autores

  • Nádia Rodrigues Pires
  • Nathalia Bastos Lima
  • Márcio dos Santos Teixeira Pinto
  • Kátia Valevski Sales Fernandes

Palavras-chave:

Fitocistatinas, Proteinases Cisteínicas, Vigna unguiculata

Resumo

Proteólise e sua regulação por inibidores protéicos participam de vários processos fisiológicos, em plantas, como respostas a estresses e apoptose. Proteinases cisteínicas e as cistatinas são moléculas envolvidas nestes processos. Este trabalho objetiva avaliar as relações entre cistatinas e proteinases cisteínicas durante uma eventual rota de comunicação cruzada entre os processos de senescência e resposta à lesão mecânica, em tecidos foliares de Vigna unguiculata.As plantas foram cultivadas por 7 dias e feridas em um dos unifoliatos de plantas teste; plantas controle não foram feridas. Após lesão, todas foram sujeitas à luz constante (24h), e então submetidas, para induzir senescência foliar, à escuridão constante por 5 dias a 28 °C. Os unifoliatos coletados foram macerados e submetidos à extração protéica. O extrato bruto foi usado para dosagem protéica. Anticorpos policlonais foram usados para a detecção de cistatinas e zimografia foi utilizada para visualização de atividades de proteinases cisteínicas. Quantificações de ambas proteinases cisteínicas e cistatinas foram realizadas utilizando-se ensaios de hidrólise de azocaseína.Foi visto o aumento de expressão de uma cistatina de 22kDa em unifoliatos feridos e laterais aos feridos. Notou-se ainda a presença de cistatinas constitutivas, cujo perfil não foi alterado pela lesão, e uma de 29kDa induzida apenas em unifoliatos sujeitos à ação sistêmica do ferimento. A indução de cistatinas por ferimento não ocorreu somente na presença de luz, mas também no escuro, sendo mais sutil na primeira. Coincidentemente, quando submetemos à senescência, unifoliatos de plântulas feridas foram mais resistentes a este processo que os unifoliatos de plântulas controle. Paralelamente, nestas plantas-teste houve inibição de atividades de proteinases cisteínicas específicas.Quando feridas, plantas de feijão-de-corda aumentam os níveis de cistatinas local e sistemicamente e são mais resistentes à senescência que plântulas não feridas, provavelmente pela repressão da atividade de proteinases cisteínicas caspase-símile por cistatinas induzidas por ferimento.

Biografia do Autor

  • Márcio dos Santos Teixeira Pinto