MUDANÇAS CLIMÁTICAS E TERMOTOLERÂNCIA: COMO ESPÉCIES NATIVAS DE DIFERENTES GRUPOS SUCESSIONAIS SERÃO AFETADAS PELO AUMENTO DA TEMPERATURA

Autores

  • Tatiane De Oliveira Vieira UENF
  • Frederico Lage-Pinto UENF
  • Douglas Rodrigues Ribeiro UENF
  • Rosana Rodrigues UENF
  • Angela Pierre Vitória UENF

Palavras-chave:

Cariniana legalis, Tabebuia chrysotricha, ecofisiologia,

Resumo

As espécies vegetais possuem condições ótimas relacionadas a capacidade fotossintética, podendo ser alterada pelas mudanças climáticas, com espécies de sub-bosque e clímax sendo provavelmente mais afetadas pelo aumento da temperatura.Assim, foram realizados estudos ecofisiológicos de trocas gasosas e teor de pigmentos fotossintéticos em espécies nativas da Mata Atlântica pertencentes a diferentes grupos sucessionais.Plântulas da espécie secundária inicial Ipê amarelo (Tabebuia chrysotricha) e secundária tardia Jequitibá rosa (Cariniana legalis) foram mantidas em câmara de crescimento com fotoperíodo, temperatura e umidade controlados por 3 meses e então submetidas a três tratamentos: 25 °C (Controle), 35 ºC/ 5 dias (T1) e 35 ºC/ 5 dias seguido de 5 dias a 25 °C (T2). As medidas de trocas gasosas foram realizadas no período da manhã, entre 7:30h e 9:30h, com o analisador de gás carbônico infravermelho (IRGA, PP Systems, UK). Os pigmentos foram extraídos de discos foliares expostos á dimetilsulfóxido (DMSO) por 5 dias e quantificados por espetofotometria.Os resultados mostram que a assimilação fotossintética foi positivamente afetada pelo T1 em ambas as espécies, com a espécie secundária tardia (C.legalis) apresentando os maiores valores nos três tratamentos. Para ambas as espécies a elevação da temperatura causou aumento no teor de clorofilas a e b, com os valores em T2 retornando aos encontrados no controle. A concentração de carotenóides totais não foi alterada em nenhuma das espécies em função dos tratamentos. Na comparação entre as espécies, a secundária tardia (C.legalis) apresentou melhor desempenho fotossintético e eficiência no uso da água no T1 que a secundária inicial amarelo (T.chrysotricha).A variação na assimilação fotossintética e o ajuste na composição de clorofilas sugerem termotolerância e beneficiamento do processo fotossintético em T1, indicando que, ao menos para algumas espécies arbóreas o aumento de temperatura experimentado não trará prejuízo ao processo fotossintético.

Publicado

28-02-2013