ESTUDO DA BIOLOGIA DE MEGACHILE (CHRYSOSARUS) MITCHELL, 1943 (HYMENOPTERA, MEGACHILIDAE) NA RESERVA BIOLÓGICA UNIÃO (RJ)

Autores

  • Bruno Nunes da Silva Mello
  • Marcelita França Marques
  • Maria Cristina Gaglianone

Palavras-chave:

Megachilidae, Polinizadores, Ninho-armadilha.

Resumo

Abelhas da família Megachilidae constroem seus ninhos no solo ou em cavidades preexistentes (Michener, 2000), e utilizam fragmentos de folhas ou pétalas na sua construção (Laroca et al., 1987). O estudo destes ninhos em ambiente natural é relevante, pois elas são importantes polinizadores em diversos ecossistemas. O objetivo deste trabalho é analisar comparativamente dados biológicos das espécies de Megachile (Chrysosarus), na Reserva Biológica União, RJ. A vegetação predominante na Reserva Biológica União é a floresta ombrófila densa de baixada e submontana, com a presença de áreas cobertas por plantios de eucalipto abandonados há pelo menos 30 anos, onde o subbosque está em regeneração. Ninhos-armadilha, feitos de tubos de cartolina preta inseridos em placas de madeira e colmos de bambu dispostos em feixes, foram instalados a 1,5 m do solo em 12 pontos de amostragem. Mensalmente, os ninhos operculados foram substituídos no campo e levados ao laboratório para identificação dos emergentes e mensurações. Material testemunho está depositado na Coleção de Zoologia/ LCA/UENF. Duas espécies de Megachile (Chrysosarus) construíram 16 ninhos: Megachile pseudoanthidioides (7) e uma espécie ainda não identificada (9). Destes, emergiram 53 abelhas, sendo 33 machos e 20 fêmeas, entre mar/08 e dez/09. M. pseudoanthidioides (tamanho m=10,6mm; f=11,9mm) construiu de uma a 6 células com comprimento médio de 15,2 (±2,3) em ninhos que variaram de 6 a 13,3mm de diâmetro. Megachile sp1 (m=11,7mm e f= 13,2mm) entre uma e 10 células com comprimento médio de 14,9mm (±1,9), em ninhos-armadilha de 8 a 18,1mm de diâmetro. A atividade de nidificação destas espécies ocorreu somente na estação chuvosa. Os dados de arquitetura são semelhantes aos obtidos para outras espécies deste gênero. Informações acerca da biologia de nidificação destas espécies são de importância para o manejo de espécies silvestres que podem servir à polinização de plantas nativas, contribuindo com a regeneração de áreas impactadas em diversos ecossistemas.

Publicado

22-04-2013