ADSORÇÃO DE ARSÊNIO EM OXI-HIDRÓXIDOS DE FERRO SINTÉTICOS

Autores

  • Guilherme Fiurin Rosa
  • Maurício P. F. Fontes

Palavras-chave:

adsorção, óxidos de ferro, arsênio

Resumo

O As é um semi-metal altamente tóxico e a sua principal forma de contaminação humana é a ingestão de água poluída. Comumente utiliza-se como forma de remoção de arsênio da água processos de coagulação e precipitação de diferentes compostos, que arrastam ou adsorvem os íons As retirando-os de solução. Assim, diferentes materiais têm sido buscados e dentre eles destaca-se a utilização de óxidos de ferro a fim de adsorver o semi-metal em sua superfície. Sintetizou-se e caracterizou-se os oxi-hidróxidos de ferro (goethita e ferridritas) com a finalidade de testar a adsorção de arsênio. Para a síntese procedeu-se conforme a metodologia proposta por Schwertmann e Cornell, acrescida de modificações para obtenção de ferridritas com estruturas cristalinas diferentes. Modificou-se principalmente a concentração dos reagentes iniciais e as condições de secagem desses materiais. Para caracterização procedeu-se a análise dos materiais por difração de Raios-X. Obteve-se o difratograma característico do mineral goethita e os difratogramas das ferridritas variaram conforme o grau de cristalização desses materiais, havendo pois em cada ferridrita a formação de outros minerais contaminantes, derivados principalmente da desidratação da ferridrita original. Em seguida, preparou-se quatro soluções com concentrações crescentes de arseniato. Em tubos de centrífuga adicionou-se 0,5 gramas do material sintético e determinado volume da solução de As. O volume de solução foi modificado para cada experimento a fim de gradativamente aumentar a quantidade de As em contato com as matrizes. Agitou-se por 24h, filtrou-se e reservou-se a solução de equilíbrio. A dosagem do As V foi efetuada por ICP-AES. Após a quantificação do As, por diferença de concentração, obteve-se a quantidade do metalóide adsorvido. Para comparar as diferentes capacidades de adsorção utilizou-se a goethita, que adsorveu no melhor dos casos 27% do arsênio. De forma geral as matrizes menos cristalinas foram capazes de reter mais As, pois possuem maior área superficial. A ferridrita menos cristalina reteve aproximadamente 4x mais arsênio que a goethita e a ferridrita mais cristalina aproximadamente 2x menos o semi-metal no melhor dos casos.