ASPECTOS POPULACIONAIS E COMPORTAMENTAIS DE Iguana iguana (SQUAMATA: IGUANIDAE) EM UMA ÁREA DE RESTAURAÇÃO FLORESTAL DE UMA MATA CILIAR PERIODICAMENTE ALAGADA EM PORTO RICO

Autores

  • Caio Antônio Figueiredo de Andrade
  • Ruby Montoya-Ospina
  • Carlos Ramon Ruiz-Miranda

Palavras-chave:

Iguana iguana, densidade populacional, comportamento animal

Resumo

A espécie Iguana iguana foi introduzida em Porto Rico pelo comércio de animais de estimação e, atualmente, apresenta grandes populações estabelecidas em áreas desse país. Por não possuir predadores naturais, suas populações tendem a crescer de maneira descontrolada, incrementando seus impactos sobre a paisagem e populações locais. O presente estudo visou analisar aspectos populacionais e comportamentais de I. iguana em uma área de restauração florestal de uma mata ciliar periodicamente alagada em Porto Rico. O trabalho foi realizado entre março e abril de 2008, em uma área de 4 ha, onde estava sendo realizado um reflorestamento. O trabalho avaliou a densidade populacional de I. iguana na área de estudo, usando um método adaptado de amostragem por pontos e obteve dados do  comportamento da espécie nas áreas de reflorestamento, empregando o método do animal focal. A coleta de dados sobre densidade populacional totalizou 9 horas de observação e o comportamento dos animais foi monitorado durante 32 horas de observação. Foi calculada a abundância relativa média da espécie em cada ponto de observação, bem como a abundância relativa média de machos e fêmeas adultos e sub-adultos para cada ponto. Realizaram-se testes T para duas amostras independentes (B=5%) na distribuição dos animais na área de estudo. Observou-se uma distribuição heterogênea dos animais ao longo da área de estudo, com uma densidade populacional muito alta (~32 animais/ha), onde as densidades de machos e fêmeas adultos foram semelhantes entre si e superiores a densidade de sub-adultos. A porcentagem de uso de área para as áreas de reflorestamento foi menor do que a observada para áreas naturais e os comportamentos observados nas áreas de reflorestamento foram em  grande maioria de tomar sol, seguido por forrageio, locomoção e exibições. As espécies vegetais consumidas durante o forrageio foram identificadas como membros das famílias Cyperaceae, Graminae e Leguminosae, não sendo as mesmas utilizadas na execução do processo de reflorestamento. Recomenda-se o monitoramento desta população ao longo das outras épocas do ano e a execução de um plano de manejo para controle dessa população caso haja necessidade. A proibição do livre comércio de animais silvestres é apontada como a melhor alternativa para evitar a introdução de espécies exóticas em áreas naturais.

Publicado

03-12-2010