DISTRIBUIÇÃO DO Hg NOS COMPARTIMENTOS BIÓTICOS E ABIÓTICOS DO MANGUEZAL DA FOZ DO RIO PARAÍBA DO SUL, RIO DE JANEIRO

Autores

  • Cynara Pedrosa Fragoso
  • Beatriz Ferreira Araujo
  • Carlos Eduardo de Rezende

Palavras-chave:

Mercúrio, Manguezal, rio Paraíba do Sul

Resumo

Apesar de sua importância ecológica e social, os manguezais encontram-se altamente degradados. Nos manguezais, o mercúrio (Hg) tende a formar compostos insolúveis, na forma de sulfetos e complexos de matéria orgânica, se ligando a superfície das partículas do sedimento, permitindo sua acumulação nesta região. No entanto, processos biogeoquímicos e termodinâmicos propiciam condições que redisponibilizam o Hg precipitado nos sedimentos. Amostras superficiais (n= 10) de sedimentos (0 a 2cm – d<2mm) na interface Rio – Mangue; Mangue – Mar e no mangue propriamente dito, serão coletadas nos primeiros meses.Em seguida, analisaremos amostras de folhas adultas, senescentes, galhos, raízes grossas e finas, flores e frutos; e amostras de material particulado em suspensão dentro dos canais de maré. A extração do Hg foi realizada através de uma digestão ácida (HNO3 + HCl 1:3) em bloco digestor e determinado a partir do analisador de Hg (Quick Trace 7500).Os teores de carbono orgânico foram determinados em um analisador elementar CHN/S Perkin Elmer. A distribuição granulométrica foi realizada através do equipamento SALD 3101 Shimadzu. Os resultados preliminares em sedimentos de mangue a concentração média de Hg foi de 73 ng.g-1, variando de 5 a 117 ng.g-1. Nesta região existe uma riqueza de matéria orgânica associada a altos teores de sedimentos finos, justificando as elevadas concentrações de Hg. Os teores de Corg no sedimento variaram de 2,7 a 4,5%. O mangue apresenta uma cobertura vegetal densa, que colabora diretamente com a incorporação do Hg no sedimento. A fração silte-argila(65%) foi predominante seguido das frações de areia fina, grossa e média. O Hg no material biológico será analisado posteriormente, pois tivemos alguns problemas analíticos que estão sendo equacionados. As concentrações observadas no mangue são consideradas baixas emcomparação a áreas contaminadas, apesar do histórico de garimpo e do uso de fungicidas organomercuriais na região.