A PM 44, o microfone, a nação angolana e a voz feminina

Autores

DOI:

https://doi.org/10.19180/1809-2667.v24n12022p44-68

Palavras-chave:

Deolinda Rodrigues, Eva Rap Diva, Literatura angolana, Escrita feminina

Resumo

Uma vez conquistado o lugar da nação, a mulher procura o seu lugar na nação. Estas posições serão retratadas através da voz de Deolinda Rodrigues, guerrilheira do maquis e de Eva Rap Diva, rapper angolana. Enquanto a guerrilheira, na luta pela conquista do lugar da nação, silencia a sua voz num diário em prol de uma libertação coletiva, a rapper projecta-a com o microfone, marcando o seu lugar na nação. Ao causar interrupções no discurso dominante, a rapper possibilita novas construções identitárias na nação angolana, que se quer continuamente independente de restritivas amarras engendradas.

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Biografia do Autor

  • Solange E. Luis, Instituto Superior de Ciências da Educação da Huíla, Lubango
    Doutora em Literatura dos Países Africanos de Língua Oficial Portuguesa pela Universidade de Coimbra, Portugal. Professora Assistente no Instituto Superior de Ciências da Educação da Huíla – Lubango – Angola. E-mail: luissolange@hotmail.com.

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Publicado

04-04-2022

Edição

Seção

Dossiê Temático: "Literaturas africanas de língua portuguesa"

Como Citar

A PM 44, o microfone, a nação angolana e a voz feminina. Revista Vértices, [S. l.], v. 24, n. 1, p. 44–68, 2022. DOI: 10.19180/1809-2667.v24n12022p44-68. Disponível em: //editoraessentia.iff.edu.br/index.php/vertices/article/view/16295.. Acesso em: 28 mar. 2024.

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