Infância, mito da feliz(cidade) e a dimensão coercitiva da assistência social

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DOI:

https://doi.org/10.19180/1809-2667.v22nEspecial2020p748-771

Palavras-chave:

Infância, Cidade, Direitos, Assistência Social, CRESS

Resumo

O artigo resulta de levantamento bibliográfico e de pesquisa-ação junto ao Conselho Regional de Serviço Social do Rio de Janeiro (CRESS 7ª Região). Objetiva problematizar a concepção de infância e a dimensão coercitiva da assistência social. Diante da violência promovida pelo Estado, a infância pauperizada, longe de uma ilusória felicidade, tem recebido duros golpes. A proteção social, que tem na política de assistência social um dos seus principais pilares, tem revelado inúmeras contradições. Estas ficaram mais evidentes no período dos grandes eventos internacionais, quando a criminalização dos pobres por parte do Estado e as contradições inerentes às políticas sociais culminaram em violações dos direitos de crianças e adolescentes. Chega-se à conclusão de que o Estado atende aos interesses econômicos das classes dominantes ao reprimir a população, independente da faixa etária. E o CRESS, como conselho profissional que orienta e fiscaliza o exercício profissional de assistentes sociais, mesmo sem ser um movimento social ou um sindicato, tem desempenhado um papel legítimo na organização política e contribuído para a mobilização da sociedade civil na garantia de direitos do público infantojuvenil e no enfrentamento à coerção estatal.

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Biografia do Autor

  • Rodrigo Silva Lima, Universidade Federal Fluminense (ESS/UFF), Niterói/RJ
    Doutor em Serviço Social pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ). Professor Adjunto da Escola de Serviço Social da Universidade Federal Fluminense (ESS/UFF) – Niterói – Brasil. E-mail: rodrigorrod@hotmail.com.

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Publicado

31-12-2020

Edição

Seção

Dossiê Temático: "Violência de Estado e política social"

Como Citar

Infância, mito da feliz(cidade) e a dimensão coercitiva da assistência social. Revista Vértices, [S. l.], v. 22, n. Especial, p. 748–771, 2020. DOI: 10.19180/1809-2667.v22nEspecial2020p748-771. Disponível em: https://editoraessentia.iff.edu.br/index.php/vertices/article/view/15819.. Acesso em: 29 mar. 2024.